Tem gente que trata seu defeito como algo de estimação. Alimenta, defende, justifica e até se orgulha dele. “Eu sou assim mesmo, sou explosiva!” “Tenho pavio curto, e daí?” ou “Sou perfeccionista, fazer o quê?” — frases como essas denunciam um padrão: a defesa do próprio limite. E acredite, esse tipo de “miopia” ou para ser mais fofinho, de “carinho” por algo disfuncional é o que trava a evolução pessoal e profissional de muita gente. Não é sobre se culpar, mas sobre parar de fazer carinho naquilo que te afasta da vida real, da vida que você deseja, se por acaso esta for o seu desejo.
Você já se perguntou se o seu “jeito de ser” é, na verdade, um modo de se proteger? Será que sua mania de controle esconde o medo de falhar? Sua impulsividade não seria uma fuga de lidar com a frustração? E o silêncio constante… não seria uma forma confortável de não se comprometer? Que parte de você está ocupando o lugar de protagonista sem merecer? Qual personagem sua história está cansada de ver repetido?
E não pense que só você passa por isso. Celebridades também enfrentam essa encruzilhada. A cantora Adele, por exemplo, precisou reconhecer que sua impulsividade emocional em relacionamentos a colocava em ciclos repetitivos — e falou publicamente sobre terapia. O ator Robert Downey Jr. virou um caso clássico de superação ao assumir que sua autos sabotagem era alimentada por vícios e ego. Até mesmo Michelle Obama revelou, em suas memórias, o quanto o perfeccionismo atrapalhou seus momentos de vulnerabilidade e espontaneidade. A grande virada acontece quando paramos de justificar e começamos a investigar. Seu maior defeito não é motivo de vergonha — mas também não pode continuar sendo um troféu de teimosia. Tenha coragem de olhar com mais lucidez para o que você vem defendendo há anos. Talvez, ao soltar esse padrão, você dê espaço para algo novo: um outro você, mais leve, mais consciente